Do site Publicidade Imobiliária
Ainda não está claro o quanto a diminuição da Taxa Selic em
0,75%, anunciada semana passada, dia 11, vai ajudar na retomada das atividades
no setor imobiliário, em crise há mais de dois anos e ameaçado pela
instabilidade política no país. Mas por via das dúvidas, os líderes do segmento
na Bahia tratam de elogiar a medida, até pelo receio de que o governo volte
atrás na tendência de redução dos juros.
A lógica é a seguinte. Com juros menores, investimentos como
os fundos de renda fixa remuneram menos e podem levar quem tem dinheiro
aplicado a migrar para investimentos de risco, como a construção. Caso isso se
concretize, a influência em novos lançamentos só deve ser percebida daqui a
quatro ou cinco meses.
Mas com a redução dos juros também no financiamento aos
compradores de imóveis, empresários e corretores de imóveis apostam em um
aumento imediato da procura aos estandes. “Meus corretores já perceberam um
aumento nas visitas na última semana”, afirma Marcos Melo, 1º vice-presidente
da Associação de Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (A Demi-BA) e
sócio da Franisa Empreendimentos.
Impacto Imediato No Mercado Imobiliário
Melo acredita que vai levar entre 120 e 180 dias para que a
redução dos juros comece a se materializar em forma de benefícios ao setor, mas
comemora desde já. “Por si só, já é uma medida que traz impacto imediato, como
o aumento das procura por imóveis”, afirma o executivo.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis
da Bahia (Creci-BA), Samuel Arthur Prado, é um dos que acreditam na importância
de apoiar a redução da taxa de juros como um fator psicológico relevante.
“Independente de quem esteja no governo, essas são medidas que precisam ser
apoiadas. Caso haja uma percepção de que não há um impacto positivo talvez haja
uma decisão de reverter”, afirma Prado.
Defensor ferrenho da redução de juros, o presidente do
Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Carlos
Henrique Passos, se mantém cauteloso. “ É um fato a ser comemorado, porque pode
sinalizar a retomada do investimento no segundo semestre. Mas é preciso que
reduza ainda mais a taxa”, afirma Passos.
O presidente do Sindicato da Habitação, Kelsor Fernandes,
também declarou estar moderadamente otimista. “Toda redução na taxa de juros é
importante, mas seria importante que houvesse um corte mais acentuado”, afirma.
Fernandes reconhece, entretanto, que após três quedas consecutivas de 0,25%, o
corte de 0,75% deixou o mercado positivamente surpreso.
Sobre a decisão de liberar o saque das contas inativas do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o setor evitou fazer críticas
contundentes, mas os executivos admitem que esse é um recurso importante para o
setor.
“A maioria das pessoas tem menos de um salário mínimo. Mas
no total são R$ 30 bilhões”, afirma Samuel Prado, do Creci.
Administrado pela Caixa Econômica Federal, o FGTS é uma das
principais fontes de financiamento do setor da construção civil e das obras de
saneamento básico em todo o Brasil.
Na última quarta-feira, o governo voltou atrás e anunciou
que nem todas as contas inativas poderão ser sacadas.
Fonte: A TARDE
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