O mercado imobiliário
ainda é masculino, mas as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço.
E não ficam em desvantagem, pelo contrário. “A mulher fecha negócio
mais facilmente, porque ela consegue passar um número maior de
informações quando vai mostrar um imóvel. Tem a visão feminina do local e
é mais delicada. Nesse sentido, leva vantagem”, opina a corretora de imóveis Elenice Soares Araújo, de 52 anos.
Elenice atua a 18 anos na mesma imobiliária,
a Kaza Ribeiro, em São Paulo. “Não pretendia ser corretora, entrei para
ser auxiliar de escritório, mas não demorou um mês para eu ser atraída
pelo trabalho de corretora. Pedi para a chefia, virei atendente de
locação e pouco depois tirei o Creci”, conta ela, que hoje é gerente da
equipe de locação.
No setor em que os homens são maioria, elas se destacam pela sensibilidade no momento da negociação (Foto: Shutterstock)A corretora avalia que há aproximadamente cinco anos aumentou a
quantidade de mulheres interessadas na profissão. Para aquelas que têm
interesse, ela dá o recado. “Não é fácil, o mercado é difícil, tem que
batalhar muito. A concorrência é grande e muitas vezes desleal. Mas vale
a pena. Se fizer um bom trabalho, você tira um valor razoável, além de
ser gostoso, conhecer muita gente”.
Igualdade
Palestrante e especialista na conversão do atendimento imobiliário
por meios digitais, Roberta Delunna frisa que as mulheres corretoras
ganham a mesma comissão que um homem na tratativa imobiliária, saindo da
desigualdade salarial que ainda é presente na maioria dos setores.
“A mulher, quando hábil para função de corretora de imóveis, vai
concluir mais vendas do que o homem. No geral, o gênero feminino vende
mais, porque é mais sensível e reacional com a vida humana. A mulher tem
mais facilidade de enxergar a vida do outro, se coloca mais facilmente
no lugar da outra pessoa”, diz Roberta, que á autora do site Corretor Conectado.
Para a especialista, o preconceito ainda é grande com o sexo
feminino. “Quando a mulher é competente profissionalmente e se destaca, o
mercado em geral começa a boicotar suas ações. Como o mercado é
masculinizado, ela começa a perder oportunidades de vagas em plantões ou
acessos a clientes que poderiam comprar com ela. Isso acontece muito”.
Roberta afirma que as mulheres estão estudando muito para se
aprimorar e vender cada vez mais. “A maioria dos meus alunos são
mulheres que querem vender mais pela internet e deixar o atendimento
presencial para segundo plano. Elas captaram que podem atender muito
bem, ganhar o cliente sem mostrar o rosto e, sim, a competência”.
Entre as dicas para as iniciantes, a palestrante acha importante
conhecer a empresa e o gerente com quem a mulher pretende trabalhar,usar
a internet para captar clientes, estudar diariamente conhecimentos
gerais e questionar colegas que já atuam no mercado.
“Mergulhe de cabeça, porque isso é bom demais, não demonstre medo e,
sim, coragem. Não acredite em tudo o que ouve e tenha um foco, um
objetivo. Por exemplo, uma grande viagem para se presentear”, ensina.